Pular para o conteúdo principal

Suplementação de vitamina D e cálcio para os portadores de doença autoimune

O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune crônica, multissistêmica, caracterizada por acometimento de múltiplos órgãos e sistemas, cursando com períodos de exacerbação e remissão. Apesar da complexidade, a etiologia do LES ainda é pouco conhecida, sabe-se, porém, da importante participação de fatores genéticos, ambientais, hormonais e imunológicos para o surgimento da doença. Embora sua distribuição seja universal, essa enfermidade é três vezes mais frequente em afro-americanos do que em brancos e dez vezes mais em mulheres.
Vários autores têm demonstrado maior prevalência da deficiência de vitamina D em pacientes com LES em comparação a indivíduos saudáveis ou com outras doenças reumatológicas. Pacientes com LES apresentam múltiplos fatores de risco de deficiência de 25(OH)D. A fotossensibilidade característica da doença e a recomendação quanto ao uso de protetor solar determinam menor exposição do indivíduo ao sol, diminuindo a produção cutânea de vitamina D. O uso regular de corticosteróides e hidroxicloroquina parece alterar o metabolismo da vitamina D, embora as evidências ainda não sejam claras. Além disso, comprometimento renal grave que pode ocorrer nesses pacientes, com a presença de nefrite lúpica, pode alterar a etapa de hidroxilação da 25(OH)D. 
A conclusão desse estudo: Evidências sugerem que a vitamina D tenha um grande potencial na regulação da resposta imunológica. Diversos estudos têm demonstrado que a deficiência e a insuficiência de vitamina D estão presentes em várias doenças autoimunes, em especial no LES: seus níveis estão inversamente relacionados com a atividade de doença. Todas as evidências estão voltadas para a relação entre baixos níveis de vitamina D e manifestação do LES, porém ainda não está definido se a suplementação ou recuperação desses níveis pode influir em maior período de remissão ou, ainda, pode ter uma repercussão na atividade da doença.  
       
Informações retiradas: TEIXEIRA, Thaisa de Mattos; COSTA, Célia Lopes da. Papel da vitamina D no lúpus eritematoso sistêmico. Rev. Nutr.,  Campinas ,  v. 25, n. 4, p. 531-538, Aug.  2012 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732012000400010&lng=en&nrm=iso>. access on  24  Feb.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732012000400010.      
                                                                                                     
 Acredito que as informações do LES servem para as doenças autoimunes, achei interessante saber o porquê de tomar suplemento de vitamina D e cálcio. Eu só sabia que o remédio prednisona prejudica meus ossos podendo vim causar osteoporose. Pensei em parar em tomar o medicamento, porém agora com essas novas informações compreendi que a doença em si já faz com que exista essa deficiência de cálcio e vitamina D.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fenômeno de Raynaud

Síndrome ou fenômeno de Raynaud Ele voltoooouuu. :(  Para quem não sabe, moro no Nordeste. Para ser mais precisa em Maceió. O inverno daqui são uns 23 °C.  Vamos ao que se trata. Isso que acontece com meu pé ocorre no outro e também nas mãos. Busquei em um artigo informações para melhor entendimento. "O fenômeno de Raynaud, como descrito em 1862 por Maurice Raynaud, caracteriza-se por episódios reversíveis de vasoespasmos de extremidades, associados a alterações de coloração típicas que ocorrem após exposição ao frio ou em situações de estresse.  Geralmente ocorre em mãos e pés e em casos mais graves pode também acometer o nariz, orelhas ou língua. As alterações de coloração são classicamente descritas em três fases sucessivas: palidez (fase isquêmica), cianose (causada por venoestase e desoxigenação) e rubor (hiperemia reativa/reperfusão).  Dor e/ou parestesias podem também estar associadas aos ataques, causando desconforto ao indivíduo." Com outras pala

Micofenolato de mofetila e seus efeitos colaterais

Informações daquela bula enorme: Comum: diarreia, vômitos, mal-estar gástrico, diminuição do número de glóbulos brancos e vermelhos no sangue, infecção generalizada e outros tipos de infecção, incluindo candidíase, herpes simples e citomegalovírus. Também há maior chance de ocorrência de tumores benignos ou malignos, principalmente de pele e no sangue e órgãos linfáticos. Na bula tem uma tabela enorme citando relatos de pacientes com diferentes tipos órgãos transplantados - informação que não serve muito para o nosso caso. Para postagem não ficar muito curta, vou falar para que ele serve e como age no nosso organismo. Ele é indicado para evitar rejeição de órgãos transplantados e para o tratamento de rejeição que não esteja respondendo ao tratamento habitual em pacientes adultos que tenham recebido transplante de rins, coração ou fígado.  Mecanismo de ação:  "O micofenolato de mofetila (MMF) é o éster 2-morfolinoetil do ácido micofenólico (MPA). MPA

Doença Mista do tecido conjuntivo e gravidez

Não estou grávida, rs... Só fui buscar informações por curiosidade. Vamos a um resumo do que encontrei no site da Sociedade Brasileira de Doenças Autoimunes. No texto tem inicialmente informações sobre o mistério que ocorre com o sistema imune na gravidez. Fala de ser algo desconhecido de como o organismo da mãe não rejeita o bebê e vice-versa. Já que nosso corpo está programado para combater corpos estranhos. Em alguns casos de doenças do tecido conjuntivo, o estado imune incomum pode melhorar durante a gravidez. Já sabemos que o estrógeno causa uma piora nos sintomas da doença reumática. Mas não sabem explicar o que ocorre na gravidez para que ocorra o inverso. Nas lúpicas a gravidez não é contraindicada. Quando recebi o diagnóstico de lúpus, a médica falou em planejamento, na gravidez ocorre quando a doença estiver inativa e na suspensão dos medicamentos. Na leitura do artigo encontrei informações semelhantes, porém com algo que não tinha conhecimento: lúpicas tem d